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Cirurgia de base de crânio

Após o advento e a popularização da cirurgia endoscópica endonasal, inúmeros avanços foram ocorrendo, com melhoria do conhecimento anatômico, habilidade dos cirurgiões, refinamento do instrumental e desenvolvimento de novas tecnologias.

 

Com isso, os limites da cirurgia foram se expandindo. A técnica que no início se prestava apenas ao tratamento de doenças inflamatórias nasais, passou a tratar também de lesões tumorais benignas, tumores que se estendiam além dos limites das cavidades nasais e seios paranasais, lesões malignas e, mais recentemente, tumores primários do sistema nervoso central, em especial da região conhecida como base de crânio. 

Para este tipo de cirurgia avançada, uma equipe multidisciplinar é indispensável.

O trabalho harmonioso entre o cirurgião rinologista e o neurocirurgião garante que o procedimento disponha não somente de 4 mãos, mas também de 2 cérebros.

 

A região da base de crânio mais simples de ser alcançada por via endonasal é a sela túrcica, onde se localiza a glândula hipófise

Este órgão que é essencial para o controle hormonal do nosso corpo, é local de origem de uma série de tumores (principalmente os adenomas) e a sua retirada por via endoscópica traz uma série de vantagens aos pacientes, já que a morbidade cirúrgica é muito menor, a recuperação mais rápida e a retirada da lesão mais efetiva. Por estes motivos, a retirada de tumores hipofisários é o primeiro passo no desenvolvimento da equipe cirúrgica.

 

Além dos tumores de hipófise, tumores de outras regiões também permitem a abordagem por via endoscópica transnasal, como exemplo temos as lesões de fossa anterior (meningiomas, estesioneuroblastomas), do clivus (cordomas), do seio cavernoso e da fossa posterior.

Claramente ainda não chegamos ao limite desta técnica e a cada dia novas indicações vão surgindo, sendo uma das mais recentes a abordagem de lesões de processo odontóide e da coluna cervical por via transnasal.

 

Além dos tumores, outras doenças também permitem essa abordagem, como por exemplo as fístulas liquóricas, que podem ser espontâneas ou traumáticas. Nestes casos, temos uma comunicação anômala entre o sistema nervoso e a cavidade nasal, causando a saída do líquor (líquido que envolve o cérebro, coluna e as meninges) para o nariz. As fístulas quando não tratadas podem causar casos de meningite que podem ser fatais.

 

Dr. Pedro Paulo Mariani

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