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Otorrinolaringologia Pediátrica

Devemos sempre lembrar que as crianças não são miniaturas dos adultos. Todas as diferenças fisiológicas, imunológicas e até mesmo psicológicas devem ser levadas em conta para garantir um tratamento adequado dos pequenos pacientes.

Em relação à otorrinolaringologia, temos uma série de doenças que afetam com mais freqüência esta faixa etária. As doenças congênitas são as que aparecem já ao nascimento. Podemos destacar:

Malformações de orelha

Podem afetar apenas o pavilhão auditivo ou por vezes o ouvido interno também. Sem pré irão causar alterações auditivas. As correções estéticas costumas acontecer apenas mais tardiamente, porém é importantíssimo que haja desde o nascimento um estímulo da audição (normalmente com próteses auditivas) para garantir o desenvolvimento correto das vias auditivas na criança.

Surdez neurossensorial

Existem diversas causas para a surdez ao nascimento. Infelizmente, em nosso país a principal delas continua sendo a rubéola durante a gestação. A rubéola é uma doença para a qual já existe vacina, portanto é importantíssimo que toda mulher em idade fértil esteja vacinada contra ela. Em casos de surdez parcial, a protetização auditiva precoce é recomendada para estimular o desenvolvimento auditivo da criança. Novas tecnologias, como o implante coclear também estão surgindo para o tratamento destes pacientes.

Atresia de coanas

As coanas são as aberturas posteriores do nariz, ou seja, na transição entre o nariz e a garganta. Nas atresias estas aberturas estão fechadas e a criança tem dificuldade para respirar. Se a atresia ocorre em apenas um dos lados, a correção cirúrgica pode ser adiada até o paciente ter mais peso (normalmente 10 kg, ao redor de 2 anos). Porém, se a atresia for bilateral, a cirurgia deve ser feita imediatamente para evitar problemas respiratórios e alimentares sérios.

Laringomalácia

Esta condição ocorre quando a criança nasce com as cartilagens da laringe muito “moles”. Isto faz com que quando ela inspire, a laringe se feche e impeça a entrada de ar nos pulmões. Muitas vezes o tratamento é apenas de suporte porque com o desenvolvimento a situação tende a se normalizar.

 

Nos primeiros anos de vida da criança, outras doenças tornam-se mais comuns: - Otites médias. A otite média aguda é uma infecção do ouvido que acomete praticamente 100% das crianças até os 2 anos de vida.

 
Quase sempre ela aprece após um quadro viral (resfriado, gripe, etc.) e se manifesta com dor de ouvido, febre e diminuição na alimentação. Caso o número de otites seja muito elevado (>3x ao ano), devem ser buscadas causas que estejam causando estas infecções. As mais comuns são alergia ao leite de vaca, hipertrofia de adenóides e ingerir líquidos deitado. - Amigdalites.

 

As infecções bacterianas das amígdalas (que ficam na garganta) também são muito comuns na infância. Costumam causar febre alta, muita dor e por vezes mau-hálito. O tratamento deve ser rápido para se evitar o aparecimento de complicações, como problemas renais ou cardíacos (febre reumática).

 

Em casos em que haja muita recorrência das infecções pode ser necessária a retirada das amígdalas. 

Rinites

As rinites, sendo que a mais comum é a alérgica, costumam aparecer nas crianças ao redor dos 3, 4 anos de idade.

O causador mais comum é o ácaro, animal microscópico que vive na poeira doméstica. As crianças com rinite apresentam obstrução nasal, muitos espirros, coriza, coceira no nariz e nos olhos.

 

Isto pode levar a alterações no sono e baixo rendimento escolar, com dificuldade de concentração. O tratamento consiste em orientações de higiene ambiental, para diminuir a exposição do paciente ao que lhe causa alergia e lavagem do nariz com soro fisiológico.

 

Quando necessário podem ser usadas medicações antialérgicas, orais ou nasais, e também “vacinas”para dessensibilzar o paciente. Hipertrofia de amígdalas e adenóides. Todas as crianças apresentam a partir dos 2 anos de idade aumento das amígdalas e adenóides, sendo que isto faz parte do desenvolvimento imunológico normal.

 

Porém, em algumas delas este crescimento é exagerado e estas estruturas passam a provocar problemas, como obstrução respiratória, roncos, otites de repetição, acúmulo de secreção nos ouvidos com diminuição de audição, cáries e alterações do crescimento normal do rosto, dentes e palato (céu da boca).

Nestes casos mais extremos pode ser necessária a remoção cirúrgica das amígdalas e adenóides.

 

Quando há envolvimento dos ouvidos, pode ser necessária também a colocação de tubos de ventilação (drenos). - Nódulos vocais. Crianças que gritam muito, falam alto, etc. podem desenvolver os nódulos vocais (os famosos calos).

 

Este espessamento das cordas vocais causa rouquidão e às vezes perda da voz. Em casos em que haja alteração da qualidade de vida o tratamento recomendado é a terapia vocal com fonoaudióloga. A cirurgia é recomendada em pouquíssimos casos.

 

Os meninos costumam apresentar melhora espontânea dos nódulos na adolescência com a mudança da voz. Claro que existem inúmeras outras doenças que podem acometer as crianças,

 

Caso você tenha alguma dúvida ou queira enviar uma pergunta por favor utilize nosso contato.

Dr. Fabrizio Romano

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